sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

(Tanta coisa de ti que nada sei)

Tão altas as primeiras árvores.


Vem a primavera destruí-las.

Fulgores fugazes os cabelos

à poeira do céu.



A alma pisada de caminhos,

o meigo revólver do olhar

vêem-te partir.

Por essa cidade, perdido

na suavidade da chuva.



Rasgam de novo as mãos

o inexpugnável nome

dos amantes, a flor secreta

que dizia a tua boca.



Tanta coisa de ti que nada sei.


Joaquim Manuel Magalhães, Segredos, Sebes, Aluviões, Colecção Forma, Editorial Presença, 1985.

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