segunda-feira, 22 de março de 2010

Fish Tank


Tive a oportunidade de ir ver este filme ao Fantasporto e ADOREI!

Um filme de Andrea Arnold com Katie Jarvis (actriz revelação, o filme “vive” do seu brutal desempenho) e Michael Fassbender (Hunger), Foi prémio especial do júri em Cannes 2009, nos BAFTA vence o prémio de Melhor Filme Britânico no Fantasporto 2010 ganha o prémio de Melhor Filme na Semana dos Realizadores.

A vida urbana que nos é mostrada com um realismo desarmante é claustrofóbica. É um aquário no sentido figurativo.
Um filme que nos retrata um pouco da cultura underground inglesa, com alguma handycam à mistura que de forma tão exímia converge imagens características de um bairro social ou de uma paisagem mais suburbana e rural. E essa estética deixa-nos desconfortáveis durante todo o filme. Porque a dureza das imagens e das situações é tamanha, mas tão real.

Observamos influências de Gus Van Sant e Mike Leigh (dos primeiros anos) tais como, a imagem no ecrã ser quadrada, (para nos contar a estória da jovem, BEM PERTO DELA e para nos dar a ideia da claustrofobia) e em algumas cenas surge uma câmara lenta que faz lembrar Paranoid Park .Lembramo-nos também de Mike Leigh, nos primeiros filmes, o mesmo desejo de observar, de uma forma evasiva, uma certa realidade de uma classe social trabalhadora inglesa, através de um retrato muito realista de relações humanas e em, principalmente no seio da família, como elas podem ser cruéis e/ou completamente disfuncionais.

Um drama escuro sem promessas nem esperança, que oscila em momentos dramaticamente divertidos, com cenas mais introspectivas e em que a ironia é uma constante assim como a crítica social.






vale ver!

domingo, 7 de março de 2010

Shutter Island


Um filme de Martin Scorsese baseado no romance de Dennis Lehane com Leonardo DiCaprio, Ben Kingsley entre outros.

A estória passa-se em 1954,dois agentes federais investigam o desaparecimento de uma paciente do Hospital Psiquiátrico Ashecliffe na ilha de Shutter.

Numa "teoria da conspiração" onde já nada é o que parece, à medida que um dos agentes se vê obrigado a confrontar a terrível verdade: a sua visita ao instituto psiquiátrico de Ashecliffe, alegadamente para investigar o desaparecimento inexplicável de uma paciente, pode não passar de uma enorme mistificação com intuitos sinistros. E não se pode confiar em ninguém, mas mesmo em ninguém (e volto a sublinhar: em ninguém).

A dramaticidade e a escuridão das cenas dão um toque de terror e suspense que nos fazem ficar imóveis na cadeira :). A natureza tem neste filme um papel muito importante, que faz com que os acontecimentos se tornem mais tristes e profundos do que eles aparentam ser. A força do mar, do vento e da chuva são características importantíssimas de se observar, pois elas dão o toque essencial para a tenebrosidade dos factos.
….E no final quando identificamos a solução do mistério - e quando damos por nós a perguntar se o mistério ficou realmente resolvido, percebemos que se calhar NÃO!

Um bom filme para ver ,sem sombra de dúvida no cinema, mais que uma vez !e deliciar-se com aqueles pormenores da realização de Scorsese.


Um filme que em nada tem a ver com “Taxi Driver “ ou “Raging Bull “ os mais parecidos talvez, na sua longa carreira de realizador, sejam “Cape Fear “ e “Bringing Out the Dead “ no entanto é também um filme muito bom e MANTÉM a mensagem, no meu ponto de vista, que o realizador procura transmitir em todos os seus filmes, A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA.
Se nos lembrarmos da personagem interpretada por Robert De Niro em Taxi Driver, um ex-veterano de guerra em luta contra sua própria mente, em Shutter Island a personagem interpretada por DiCaprio, passa muito tempo em busca de uma resposta que todos já sabem, mas que ele se recusa a ver.