quarta-feira, 12 de junho de 2013

A arte de traduzir

A flecha avança por planícies desconhecidas.

Onde paira a ave? Hoje será um dia de sorte?

O disparo será preciso? Num precipitado turbilhão

As cercetas levantam voo instalando na alma a agitação.



Assim o livro imagina o seu horizonte

E nessas linhas, configuradas sobre o papel,

Tens de capturar com a destreza de um caçador,

Oferecendo-a aos teus congéneres, a essência do real.


Não é necessário matar! Cada analogia possui

O seu próprio limite: procura que as palavras

Não transformem a sua riqueza em ausência de sentido,


Que nelas permaneça vivo o pensamento

E que o espírito poético se manifeste sobre nós

Como algo íntimo, num sopro que vem do que é único.

(1940) Maxim Rilsky





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